Faça a diferença! Inicie um negócio de impacto social


Iniciar negócio de impacto social

No mundo dos negócios, a expressão “faça a diferença” vem ganhando um novo sentido. O empreendedorismo social é a confirmação de que é possível desenvolver atividades lucrativas e, ao mesmo tempo, gerar benefícios para as pessoas em condição socioeconômica mais delicada.

Algumas empresas ligadas a esse ramo de atuação, que é relativamente novo, também são conhecidas por promoverem a inovação disruptiva. Trata-se de um modelo de negócios em que novos nichos de mercado são abertos por empresas jovens ou em expansão.

Um dos exemplos desse tipo de empresa são as cooperativas de microcrédito, empreendimentos bem-sucedidos na Índia e atualmente replicados em diversas partes do mundo. Entenda como funcionam esses modelos de negócio, que, além de lucrativos, ainda auxiliam comunidades e o mundo em que vivemos.

O que caracteriza um negócio social?

Não é somente na organização interna que uma empresa pode ser definida como socialmente responsável. Na verdade, tudo depende da forma como o negócio é constituído legalmente, ou seja, como a entidade formada é registrada no CNPJ, o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas.

Na hora de fazer o registro da empresa, é importante incluir “gerar impacto social” como atividade-fim. Isso porque as empresas classificadas dessa forma têm seus balanços avaliados em função não do lucro, mas dos resultados que geram em termos sociais.

É importante destacar, ainda, que a composição societária em empresas desse ramo é livre, sendo facultado aos seus fundadores organizarem-se na forma de Sociedade Anônima, Limitada ou Terceiro Setor. No mais, todos os processos devem ser iguais aos de outras empresas, inclusive no que pertence às obrigações relativas a contratação de funcionários.

Como começar um negócio de impacto social?

O empreendedorismo social começa pela identificação de uma carência ou problema social em uma comunidade vulnerável economicamente.

Nesse aspecto, e em muitos outros, o negócio de impacto social é idêntico a uma empresa dedicada ao lucro. É preciso, antes de mais nada, que seus criadores estejam engajados em melhorar a vida das pessoas, e, junto a isso, contem com o conhecimento necessário para começar a empreender.

Afinal de contas, somente boa vontade não é suficiente, considerando que todo negócio deve operacionalizar suas atividades para ter sucesso. Assim, é fundamental que as pessoas envolvidas realmente tenham experiência no nicho a ser explorado.

Empresas de impacto social jamais poderiam sair do papel se seus gestores de fato não tivessem alguma experiência no segmento.

A gestão do negócio, naturalmente, também deve ser profissional. Empreendimentos do terceiro setor, ou que tenham como atividade final a geração de impacto social, são tributados como todos os outros, embora sejam isentos de alguns pagamentos.

O projeto deve ser igual ao de uma empresa comum?

Para as empresas que começam um empreendimento, independente do ramo, é fundamental ter um plano de negócios estruturado. Resumidamente, é necessário:

  • Definir o modelo de negócio;
  • Expor a proposta de valor;
  • Detalhar a estrutura de custos.

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No entanto, é possível que empresas já constituídas queiram entrar no ramo do empreendedorismo social. Se a sua empresa é uma PME, talvez seja interessante explorar uma atividade lucrativa e que ainda possa ser revertida em melhorias para a comunidade em que está inserida. Há possibilidades para negócios de todos os portes.

O que mais é preciso para ir em frente?

A ideia de formar uma empresa que seja simultaneamente dedicada ao lucro e voltada para o social parece muito atraente, ainda mais considerando a desigualdade no Brasil. Contudo, ter um vasto terreno de atuação não é sinônimo de ausência de regras e critérios, certo?

Por isso, antes de entrar no ramo do empreendedorismo social é importante conhecer realmente os problemas que sua empresa pretende solucionar. Você não precisa, necessariamente, ser morador da região a ser atendida, ou ter sofrido os mesmos problemas que se propuser a resolver. Entretanto, deverá ter uma base de conhecimento sólida nesse sentido.

Uma alternativa é incluir as pessoas que serão beneficiadas na elaboração do plano de negócios. Afinal, elas conhecem melhor do que ninguém as dores que a empresa deverá resolver.

Não se pode ignorar que problemas sociais, embora sejam comuns, não são simples de serem resolvidos. Será necessária uma excelente ideia, assim como um plano de ação muito consistente e uma retaguarda capaz de resolver eventuais “problemas” no negócio. Esteja certo de que não serão poucos os desafios a serem enfrentados e superados.

Como medir o impacto social de uma empresa?

A ideia aqui é montar um processo para entender e, em seguida, valorizar os efeitos gerados pela empresa em sua missão. O escopo de avaliação pode, portanto, ser muito extenso, o tamanho do impacto variando de acordo com os compromissos da empresa.

Isso se torna ainda mais complicado, pois o impacto pode impactar diferentes tipos de beneficiários: beneficiários físicos diretos, áreas territoriais definidas, ou até mesmo a sociedade como um todo. É muitas vezes aqui que as empresas se perdem.

  • Perímetro: é impossível avaliar tudo exaustivamente, por isso é necessário escolher e lançar luz sobre um ou mais pontos muito específicos.
  • Recursos: quanto tempo eu tenho? Quais são meus recursos financeiros, materiais e humanos? É necessário basear sua metodologia em ferramentas realmente acessíveis.
  • O motivo e o alvo: são as motivações por trás da avaliação interna (exemplo: fortalecimento da cultura corporativa) ou externo (exemplo: convencer investidores). Responder a essa pergunta já possibilita compreender melhor a dimensão da abordagem.

Não existe método melhor ou único, cabe à empresa desenvolver o que melhor se adequa a ele. Seja qual for o momento em que decidir começar, as apostas ou o propósito da avaliação. Dependendo do método escolhido, no entanto, o processo colocado em prática pode respeitar essas três etapas:

  1. Defina o que importa: ou defina o número de critérios de avaliação. Eles permitem exibir os valores a que a empresa se refere.
  2. Medida: utilizando indicadores qualitativos ou quantitativos específicos, que visam especificar os critérios utilizados e torná-los mais objetivos.
  3. Comunicar: compartilhando os resultados internamente, externamente e tirando o máximo possível das ações realizadas.

Quais são as expectativas para o terceiro setor?

O segmento de empresas voltadas à promoção de melhorias sociais está em franco crescimento e mostra fôlego de sobra, mesmo em tempos de recessão. Em 2015, pela primeira vez na história, o IBGE incluiu as atividades desse ramo nas suas pesquisas. De acordo com o levantamento, naquele ano as empresas de impacto social eram responsáveis por 1,4% do PIB do Brasil, movimentando 32 bilhões de reais.

Considerando o enorme potencial de crescimento, certamente o empreendedorismo social é uma alternativa para que seu negócio seja mais lucrativo e faça a diferença. Cuide do planejamento, busque o apoio das pessoas certas e faça do mundo um lugar ainda melhor!

Quer saber como aumentar ainda mais suas chances de sucesso e potencializar seu empreendimento social? Amplie seus horizontes e entenda por que você deveria se importar com as incubadoras de empresas em uma estratégia de negócios!

Conclusão

A reorientação do empreendedorismo e da conscientização socioambiental continua apresentando diversas oportunidades promissoras para empreendimentos de propósito social que apoiam mudanças sociais que ressoam com um público bem informado.

Maximizar o impacto social requer o estabelecimento de um terreno favorável para o desenvolvimento do aspecto social. Não existe um método de tamanho único, mas podemos concordar que há um conjunto de abordagens, mais ou menos complexas, baseadas no envolvimento e transparência de cada um.

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Paula Ferraz de Lima

Editora

Paula Ferraz é formada em Jornalismo pela universidade Estácio de Sá. Com mais de 10 anos de experiência como empresária, escreve artigos voltados para esse tema desde 2012. Desde cedo, demonstrou interesse por pequenos negócios e por tudo o que está relacionado ao cenário empreendedor.